18 de maio de 2010

Fragilidades do ser

Seres humanos, como vos gabo a frieza.
Outrora como vocês, agora sinto-me diferente.
Sou um mutante neste corpo sensível e frágil,
Sou uma vítima daquilo que vocês tão habilmente aprenderam a desprezar.
Hoje estou enjaulado na cela da depressão e do desgosto,
Injectado com uma overdose de emoções que me comem a alma e a mente.
Nunca se sentiram a mais no mundo?
Nunca pensaram que este não é o vosso lugar?
A vossa maneira de encarar o mundo entristece-me tanto quanto me mói de inveja por dentro.
...Os pensamentos atravessam a mente já perturbada, fazem ricochete, andam às voltas, alojam-se e aniquilam-me.
Muito poucos entendem o sofrimento do pensar, ainda menos sobrevivem à sua força destrutiva.
Ninguém me pode ajudar a ultrapassar este ciclo vicioso e demolidor da alma.
Olhem para mim, parece que perdi a vontade de viver...
BLASFÉMIA! ULTRAJE! DESCARAMENTO! INSULTO!
Que pensamentos vazios são os vossos!
Posso estar a perder lentamente a esperança...
...Mas ainda não morri!
O suicídio não soluciona nada. O desprezo pelas emoções também não.
Se posso ser condenado pelo pessimismo, vocês podem ser condenados pela ignorância.
Nunca irão compreender o que me fere o coração.
Nunca irão entender o meu orgulho interior.
Sou lutador, sou forte, as cicatrizes da alma são prova do sofrimento que ainda não me consumiu.
...Mas corrói.
Amanhã levanto-me de mais uma queda e enfrento a vida.
Hoje...estou de luto pelas fragilidades do meu ser.

1 comentário:

  1. Mais uma vez, conseguiste tocar-me no ponto fraco!
    "O suicídio não soluciona nada. O desprezo pelas emoções também não."

    E corrói e dói, todos os dias :(

    ResponderEliminar