O mundo adormeceu.
Praticou um suicídio que na verdade nunca se sucedeu.
Criou um ser indiviso na realidade fragmentado.
Não mediu a lágrima que no peito do Homem correu.
A verdade fez as malas.
Perdeu toda a fé depositada nessas mundanas falas.
Criou-se um ser que vive no eterno passado.
Apenas consegue ver o final e nunca as anteriores salas.
A realidade regozija.
Não altera a brutalidade mais cruel e rija.
O desprazer da incerteza é instalado.
Não se sabe o que fazer com tanto oxigénio fora da botija.
O pensamento agonia.
Matou o pouco sentimento tremulo que existia.
Criou o medo de temer a falta do preenchido.
Fez nascer um caos com organização tal e fria.
O tempo dissipou.
Contentou-se com uma felicidade que nunca chegou.
Chega o egoísmo do fugir deste sítio mal amado.
Deu expectativas a um ser que de si próprio se desviou.
A mente vacila.
Prendeu-se ao nada e com o tudo se mete na fila.
Criou-se o conformismo do inanimado.
Subsistir tornou-se ser montanha de apenas argila.
O inconstante é certo.
Sente-se tudo longe mesmo quando tudo está perto.
A dor da alma é o cancro que não pode ser curado.
Luta indefinidamente para encontrar respostas no incerto.
Mas a consciência quer ficar.
Apesar de tudo sabe que existe sempre qualquer coisa para amar.
A esperança será o último fragmento a ser enterrado.
Este ser imperfeito terá sempre tudo de si para poder dar...
A questão é: será que mais alguém com consciência e alma consegue com ele ficar?
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