Sentada numa cadeira desgastada,
Rodeada de poeira de tempo e tabaco,
Está aquela que me ouve sem pedir nada,
Enquanto se pede a bica e se tira o casaco.
A colher gira, no veludo escuro ela se mistura
Como quem quer apaziguar o vazio do ser.
A parceira entrega o açúcar, foge a amargura
E a conversa por gestos continua a viver.
Quem sou e quem não sei ser, ela ouve tudo.
Sem caretas nem repreensões, as conversas são assim,
Um aglomerado de gestos com um som mudo.
Chega a conta e ela intervém subitamente.
A parceira que me acordou é a minha consciência...
Ninguém é melhor para desabafar, que a própria mente.
[ Quantas vezes serão aquelas que, independentemente de sabermos ouvir os outros...conseguimos ouvir a nossa própria consciência? Muitas mais vezes nos interrogamos se o caminho está certo, se o que somos é o limite do que podemos ser. O limite verdadeiro, é a nossa mente. E ela permanecerá...de mãos dadas com a força da nossa vontade. ]
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