1 de março de 2010

É noite

É noite.
No escuro há algo que me atormenta.
Não… algo que simplesmente me faz sentir estranho.
Dou uns passos em frente e noto que me sinto cada vez mais perto de algo.
Continuo.
O frio e o calor correm-me no corpo alternadamente.
Porque será?
Começo a vislumbrar uma luz, ténue, suave, que me enche.
Sinto-me tão preenchido que me aproximo sem dar conta.
Começo a visualizar uma presença…
Uma forma…
Quando dou por mim a caminhar no escuro em direcção à luz,
Já entrei nesse caminho iluminado, e encontro-te, só.
Mas nunca triste.
A tristeza desvaneceu quando me encontraste.
Senti o mesmo.
Aproximo-me, mas paro. Os meus músculos petrificaram, estou preso.
Estou tremendamente maravilhado com uma beleza incógnita, pura.
Tu aproximas-te, e tocas-me.
Consigo mexer-me novamente, mas não o faço.
O mistério paira sobre nós, enquanto os lábios, secos,
Falam sem se mexer, simplesmente tocando-se.
Falam a palavra amor.
Acordo, sonhei.
Mas não esqueci.
Porque sei que estás ao meu lado.
O que sonhei foi prova que o amor existe.
Nada acalma a escuridão sem luz.
Nada apaga o vazio sozinho.
Descobri a minha fonte.
Descobri a minha razão.
Descobri…
Alguém.

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