1 de março de 2010

A escuridão invisível

Sinto-me vazio.
Olho para a frente e vejo uma janela que não é, com uma vista que nunca foi.
Rodeado de dúvidas e constrangimentos que não me pertencem.
A verdade foge sempre que a tento agarrar, e quando a descubro, preferia nunca a ter descoberto.
Vivo sem viver, respiro sem respirar, estou preso!
Continuo a pensar se pensar vale a pena, se merece o meu tempo roubado por razões exteriores a mim.
Tudo à minha volta é um grande nada imaginado e dominado pela hipocrisia e pela mentira.
Sou o que nunca fui, e assim vai passando a vida sem mim, longe, fria.
Apenas desejava que o mundo existisse como eu o imagino, e não como ele me vê e me julga injustamente.
Gostava que este sarcasmo circundante desaparecesse.
Gostava que um milhão de coisas mudassem…
E depois volto a pensar:
Que será que uma única pessoa, insignificante por si só, conseguirá fazer,
Contra toda esta mentira, contra toda esta injustiça,
Contra todos os que odeiam por odiar, os que criticam por criticar,
Os que se vestem de hipocrisia para esconderem a verdadeira face,
E os que se regozijam por verem os inocentes alheios sofrerem?
Inocentes como eu, vazios, porque não querem, nem nunca vão,
Poder viver no mundo da sociedade hipócrita, mesquinha e triste que é
Esta em que me sinto inserido, mas posto de parte.
O vazio persiste, o sonho desvanece, a “escuridão invisível” paira…
O destino espera.
E o meu pensamento volta para me atormentar,
Mostrando a realidade que nunca mudarei…

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