...me encontro, sem rascunhos que sejam.
Sem voz me vejo, sem palavras que me protejam.
Estou sozinho no mundo dos defuntos
Onde as palavras perdem-se na calçada.
Lançam-me vestígios de velhos assuntos
A toda uma vida sem cara e desfocada.
A toque de sarcasmo se gira o leme
Por mares imorais e dispersos
De palavras que não existem.
Palavras em mim subsistem
Mas nada sai destes lábios submersos
E o gesticular vai, a mente treme.
Galanteio a paisagem do costume
E vislumbro o papel na secretária.
A pena é um mundo que se exume
Das prosas e poesias de sede imaginária.
Estar sem palavras levou-me ao local
Onde eu respiro o escrever intemporal.
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