29 de agosto de 2011

Cascas de carvalho

Memórias intemporais,
Acções que tais,
Invadem os olhos dos demais.

Pequenos fragmentos,
Histórias de momentos
Transmitidas às forças dos ventos.

No carvalho me encostei,
Nele vivi e relembrei
O que já fiz e o que ainda não sei.

Pego em cada casca enrugada,
Cada experiência solene ou conturbada
E coloco-a na mente (in)controlada.

Pedaços de mim irão cair,
Outros renascer e surgir,
E todos serão vida, a sorrir.

[ Nem uma árvore está imune ao inexorável poder do tempo. Tudo nasce, tudo tem a sua altura para desaparecer. Costuma-se ver declarações de amor forjadas na madeira, algo que perdura, ainda que fisicamente finito. Todos nós somos um pedaço de madeira cujas gravuras variam de profundidade, algumas caem e outras ficam para sempre. Boas ou más, são nossas. E são prova de que estamos vivos. Portanto, há que sorrir ao todo, tentar ter orgulho naquilo que somos e tentar polir aquelas arestas irregulares um tanto difíceis de eliminar. O todo não tem de ser perfeito, mas tem de ser nosso, e dar-nos vontade de continuar, porque vale sempre a pena tentar! ]

2 comentários:

  1. Vejo que resolveste inovar um pouco mais... Está, como sempre, lindo. Parabéns. :)

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  2. Na verdade, este estava reservado antes do último post, apenas ainda não tinha encontrado a altura certa para o pôr...a forma como saiu pareceu-me mais fluída, o que combinou bem com a temática do poema. As coisas têm a sua maneira própria de se destacar mesmo sem nos apercebermos. Obrigado pela apreciação, mais uma vez ! :)

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