7 de agosto de 2011

Naquele trilho, sem rumo

Numa carta de gravilha escrevi o meu caminho,
Uma estrada a direito, sem rumo.
Contemplei, vezes sem conta, um novelo sem ponta,
Uma ponta sem fim.
Perdi palavras, perdi significados,
Desferi golpes no coração ao errar.
Ao tentar proteger, apenas consegui quebrar,
Destruir partes do caminho sem rumo.
A vida faz-se a correr na gravilha,
Ora fere, ora corta pontas da estrada.
É assim que nasce, aos poucos,
Os roucos sons da nossa consciência.
Contemplarei, numa manhã de sol,
Uma única estrada sem rumo,
Numa carta em que posso escrever o meu caminho.

[ Podemos não saber o que está ao fundo do horizonte, nem o que está ao fundo do horizonte depois desse...mas até chegarmos lá, nunca o saberemos. Viver é caminhar até ao fim, e o fim, somos nós que o fazemos. Vamos atrever-nos a viver então? ]

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