12 de agosto de 2011

Todos os sons do silêncio

Sentado num banco de jardim
Onde os sons não parecem ter fim,
Encontro calma.
Nas entranhas da minha solidão
Bate à porta o ritmo do meu coração
Trazendo amor à alma.
Vem o vento veloz e vadio
Roubando calor com o seu abraço frio
Num silêncio assobiado.
Passa aos saltos no olhar essa gente
Cujos sons são só nevoeiro na mente,
Um silêncio dissimulado.
Sigo pelas ruas dos meus sonhos
Indiferente aos sons medonhos
Do que já foi e está para vir.
Tenho-me a mim e ao meu mundo.
Todos os sons são o meu silêncio profundo,
São as cores do meu quadro de sentir.


[ Dizem que uma imagem, ou um acto, valem mais que mil palavras. E um silêncio...valerá mais que mil sons? ]

6 comentários:

  1. Um silêncio pode dizer tanto... Adorei, como sempre ;)

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  2. Como sempre, agradeço bastante os teus feedbacks ! ^^

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  3. Pode valer, de facto. Tudo depende do estado emocional do sujeito.
    Já não cá passava há algum tempo... Confesso que me derreti toda com esta entrada. Tenho-te a dizer, João: tu escreves maravilhosamente bem. A sério que sim. Nem é tanto pelas mensagens que escreves, mas sim pela forma como as escreves. Gosto de cada detalhe das tuas composições e sobretudo da forma como interligas os conceitos e as suas adjetivações entre si. É algo que acho simplesmente lindo.

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  4. Confesso eu que me derreti com este comentário, Cármen ! A profunda honestidade das poucas apreciações que recebo dão-me sempre motivação...eu próprio reconheço que muitas vezes eu poderia ser mais aprofundado a abordar certos temas, ou ao enviar certas mensagens, mas aquilo que me sai é aquilo que deixo ficar. Ao passo que penso que fica simples...não deixa de ter a sua individualidade e expressividade. Obrigado por ajudares-me a ver isso !

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  5. Haverá maior cumplicidade que o silêncio que duas pessoas alcançam quando se conhecem tão bem uma à outra que nem precisam de dizer nada para partilharem o que estão a sentir naquele momento? ^^

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  6. Eu cá consigo apreciar quase toda a arte. Vejo beleza na simplicidade e vejo beleza na complexidade. Cada pedaço de arte é exclusivo e, a meu ver, belo à sua maneira. :)

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