4 de abril de 2014

Eu, comigo

Pedaços.
Fragmentos de lucidez alheia assolam-me.
Pedaços de ser, de mim,
Seres de mim de outrora
Sentam-se comigo à mesa da alma.
A távola redonda da minha essência
Cresce, e apenas eu estou lá.
A minha visão é apenas minha,
Partilhada comigo.
Não compreendia o significado do mundo
Até o meu passado o apresentar.
Não partilhava a minha dúvida
Antes de ter a certeza.
Eu sou eu, sendo muitos.
Aprender é um luxo próprio,
Reviver, uma lição não retida.
Tenho em mim todos os sonhos
Singulares e plurais da minha vontade!
Pedaços de ser, de mim,
Fragmentos de lucidez minha reúnem-se.
Pedaços.

[ É absolutamente impressionante como procuramos respostas ao longo da nossa vida e, como que por magia, algo do nosso passado nos mostra como já sabíamos o que fazer ! Observei e reli os meus textos passados e revejo-me em situações passadas cuja resposta era clara, como se agora eu estivesse a olhar para um génio cuja inocência mostrava mais potencial do que o conhecimento adquirido com o passar dos anos. Não somos verdadeiramente fracos e impotentes. Temos em nós tudo o que é necessário para adquirir as nossas respostas, mesmo que não as consigamos compreender sem dar tempo ao tempo; por vezes, ao invés, temos é de retirar tempo ao tempo ! ]