17 de dezembro de 2013

Espíritos errantes

Ver além do horizonte como quem tem fome de sede,
Querer explorar o longínquo como quem tem sede de fome,
Encontrar o que não se procura e perder a noção de nada;
Há pedras bem maiores que o nosso pequeno mundo.

Sentado num banco como quem corre todo o parque,
Escalar toda uma montanha como quem se senta no chão,
O esforço duma mão fechada é igual ao da mão aberta;
Há vontades maiores que a nossa vã cobiça.

Existe moral no moralista que não pratica ?
Existe força num coração que por amor não bate ?
Existe conceito de extremo que se enquadra no meio termo ?

Um espírito não julga nem desiste teimosamente.
Um espírito pode elevar o mar fazendo chover.
Um verdadeiro espírito é só seu, livre e errante.


[ As fraquezas humanas não são realmente fraquezas, assim como as qualidades. Muitos ignoram a verdadeira essência das coisas, tanto quanto ignoram o que está para além delas. Cada espírito tem os seus gostos e a sua forma de ver o mundo, mas quantos espíritos saberão coexistir ? Quem sabe, mesmo quando não se procura, encontra-se algo que não nos desperta o interesse mas mostra a sua individualidade e potencial, e isso deixa de ser um vazio; é algo com que se pode aprender. Quem quiser viver para sempre no seu mundo é livre para tal, e a questão coloca-se: será isso liberdade ? ]

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