16 de março de 2010

Chuva

Dias cinzentos pouco prometem.
O céu entristece, as pessoas recolhem-se,
Desvanecem os sorrisos, e eis que dançando,
Desce do seu trono a primeira gota
E depois mais uma, e mais uma...
Dançando ao soar do vento, a chuva chega.
Ignora a tristeza, a manhã escurecida,
Cai, cai apenas, sem rumo, sem planos,
Simplista e graciosa chuva.
Intriga-me, enche-me de questões.
Muitos consideram-te uma dádiva,
Outros temem-te com toda a sua alma.
Eu...eu quero apenas observar,
Mirar os teus movimentos secretos,
As tuas danças esquivas.
Dizem que o tamanho importa, mas tu, ó chuva,
Não és grande e marcas a tua presença.
Se este mundo souber entender,
Irá aprender uma grande lição:
Que, no fundo, não é a gota que se manifesta,
Mas a chuva, o todo, uma entidade que tudo representa.
No mundo dos "se's", és a certeza,
Neste planeta envelhecido, és a renovação.
A tua presença é infinita, poderosa, e iminente.

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