23 de novembro de 2010

Amor entre os versos perdidos

Percorri meio mundo,
Caminhei meia estrada,
Tentei encontrar um sentido profundo,
Tentei procurar-te por entre a calçada.
Vivo nesses caminhos de escrita,
Vagueio pelo olhar da timidez,
Acredito no que ninguém acredita,
Faço ouvir-me perante esta surdez.
Nunca me senti tão vazio,
Nunca confessei a minha vontade,
Temo ser apoderado por tanto calafrio,
Quero perder esta minha ociosidade.
Escondi-me entre os versos perdidos,
Refugiei-me nas águas da poesia,
Recitei-te sonetos tão queridos,
Desejei o teu espírito livre de maresia.
Não sei se alguma vez saberás,
Não creio que nos voltemos a cruzar,
Cada um tem o seu espírito forte e voraz,
Mas saberei que já estive preparado para dar.
O que não te disser irá fazer eco,
O silêncio carrega agora o meu legado,
Vou deixar de ser apenas um boneco,
Vou fazer do teu caminho o destino sagrado.
Num mundo dos “e se…” e da agonia induzida,
Onde tanta verdade fica sempre por dizer,
Não quero ser mais uma pessoa corrompida,
Quero contar aquilo que me fez rejuvenescer.
Posso ser morto no meu interior,
Posso não saber o que vem a seguir,
Mas se me ensinaste o que é o amor,
Farás este coração frágil voltar a sentir.
No berço da minha perturbada calma,
No calor dos teus abraços dispersos,
Deixo-te aqui a minha alma,
Deixo-te agora os meus perdidos versos.

1 comentário: