22 de abril de 2012

Soldadinho de metal

Tenho um soldadinho de metal
Com uma armadura e um punhal
Lutando contra tudo que lhe faça mal,
Ou assim lhe convence a sua moral.

Luta sem parar nem desistir,
Mesmo quando a batalha deixou de existir.
O seu pobre coração deixou-se dormir,
A sua inocência, há muito que a viu partir.

Somos armaduras portadoras de um coração,
Defendemos-nos demais de sentimentos em vão,
E magoamos aqueles que nos estendem a mão.

A melhor defesa não é isolar o sentimento.
É despir a armadura para perder o tormento
De sentir, e poder viver o simples momento.

[ Podemos sofrer muito, podemos ser privilegiados, mas não podemos fechar as nossas portas ao mundo, é o mesmo que nos entregarmos de graça à solidão. Demore o tempo que demorar, temos de deixar os outros entrar para nos ajudar a sarar as feridas. As cicatrizes ficarão lá para sempre, mas é suposto. Temos apenas que seguir em frente. ]

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