3 de outubro de 2014

Regressos

Amargura sabida,
Eis que regresso.
Aos vícios da vida,
À mente do avesso.
Por vezes me detenho
Pensando no que não fora,
Naquele orgulho ferrenho
Do que podia ser agora.
Tempo fútil esse,
Desprovido de si até ao segundo,
Combatendo para que o futuro desse
Mais de si ao cansado mundo.
Para quê? Mistério é energia,
É aventura no nosso íntimo!
Exigimos com sede vadia
O todo em detrimento do ínfimo.
Se sentir for dor e dor
É o nosso irremediável destino,
A alegria é o nosso maior rancor
Por ser uma fonte de canal fino.
Não nos limitemos pois é redundante,
Os regressos da alma vão chegando.
A aprendizagem é como um trovão ribombante,
Por todo o seu impacto, vai viajando.

[ Dúvidas...quando a fé colocada em outrem é espezinhada e humilhada, os fracos de mente tendem a criar uma concha onde podem passar o seu tempo. A individualidade é uma coisa rara, delicada, quando descoberta é o que de melhor temos para connosco, para com o mundo. Pode tornar-se difícil recordar que a realidade é dura e desilusões e alegrias coexistem, mas existe uma verdade absoluta: quem sabe quem é, nunca terá dúvidas quanto ao seu caminho. E quem quiser vir perturbar esse equilíbrio, os "regressos" da nossa consciência irão travar as dúvidas e recolocar-nos no caminho certo. ]

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