27 de outubro de 2014

Identidualidade

Relembranças empoeiradas e esquecidas,
Vivências distantes e desconhecidas
Cobrem o chão calcado pela experiência
De quem só se conhece sem essência.

O Paraíso da loucura chega em puro devaneio
Nos recônditos da mente sem mora nem refreio,
Viver sabe ferir mais que a mortalidade certa,
A consciência é mais fatalista quanto mais desperta.

Que nos valha a insanidade da realidade
Para abraçar as dúvidas do turbilhão de sentidos
E da coragem tímida do mundo em mudança.

A nossa identidade é uma constante dualidade,
São aqueles momentos de paz com soldados feridos,
Uma eloquente frustração que brilha com esperança.

[ Que nos valha a insanidade. Que nos valha os momentos em que despimos a realidade e nos vemos a velejar pelas correntes das nossas paixões e loucuras. O mundo pode parecer por vezes injusto e cru, mas só o é para quem nada faz e nada sente, para quem nunca cede à sua identidade e fica febril, frágil. A vida é uma criança, o mundo é o seu baloiço. Se não tivermos quem nos empurre...basta darmos aos pés e poderemos voar. ]

Sem comentários:

Enviar um comentário