23 de maio de 2015

Ser distante, ser amante

Que estranha é, esta solidão.
Estranha é por não ser realmente essa a sensação.
Um eterno vazio que está preenchido,
Cheio de memórias de conteúdo emocionalmente perdido.

Lembro a emoção como se emoção fosse ainda,
(será realmente isso, sentir o não sentir ?)
Lembro a paixão quente no corpo agora frio,
Um abraço tão real quanto a minha consciência...

Volto ao presente, volto à inexperiência infinita.
Espero novamente pela palpitação aflita
Dum coração adormecido e sem voz;
Será que voltaria a bater de amor feroz ?

Lembro a expropriação do meu ser deslocado
E o beijo venenoso do fim.
(coisa tão feia de se sentir, tão necessária...)
O amor partiu...e com ele, o arrependimento.

Que poderíamos querer nós de nós próprios, afinal ?
Somos conceitos efémeros a desejar um conceito imortal.
Que me rebente um raio em cima se há destino à espreita
Que não me queira a sentir amor por outra alma imperfeita.

Ah, mas amor...que sei eu ? Ainda só o senti temporariamente.
Amor não tem barreiras nem parêntesis com anotações,
Amor não é fazer rimas a ele dedicadas em inteligentes padrões !
É pegar no seu início, tímido e quase impossível de acreditar,
...
E nunca lhe dar um fim.

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