16 de março de 2010

Labirinto de nadas

Entro no caminho aparentemente sem fim.
Vagueio por entre ramos de dúvidas e raízes de desilusões.
Procuro aquilo que não consigo atingir, a alegria da luz,
Aquele caminho que me vai arrancar destas paredes de escuridão.
Vagueio por entre estátuas tristes e pedras que se movem para eu tropeçar.
Devagar, depressa, inconstante, a olhar para a frente com vontade de voltar para trás.
Tudo me parece igual, repetitivo, é como fazer uma rotunda sem saídas.
Sinto-me cheio de caminhos intermináveis, de saídas sem saída, de nomes sem nome.
Todos estes vazios cheios, todos estes nadas me perseguem.
Nadas que volto a ver vezes e vezes sem conta, e tornam-se num pseudo-tudo.
Temos tamanha preocupação com os nadas, que mais nada parece existir.
O mundo parece-nos sombrio, distante, sem formas visíveis de optimismo.
Tantos são aqueles que se perdem no vazio, o silêncio consome-os, os seus caminhos dissipam-se.
Somos fugitivos. Somos presas. Somos nadas.
Mas nada está perdido definitivamente.
O mundo esqueceu-se de ripostar, de criar a sua própria luz, de seguir em frente sem medo.
Será este labirinto verdadeiramente infinito? Seremos nós prisioneiros do pessimismo?
...vagueio pelos caminhos envoltos no mistério do amanhã.
Já não são sombrios e escuros, nem são luminosos e quentes.
São meus.
A partir de agora, sou eu que os vou criar, e enfrentar o labirinto da vida com todos os meus nadas.

1 comentário:

  1. eu ainda acredito que há luz...

    e a partir do nada que tinha dentro de mim, descobri mais do que imaginava!

    nota: emocionei-me um bocadinho... lol

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