17 de maio de 2010

Ausência

Caminhos perdidos são estes.
Dividi-me, perdi-me, fiz parte do maior crime.
Ninguém me entende.
Caminhos vastos têm sido estes.
Mas quem és tu? Que fazes aqui alojado no meu cérebro?
Eu não entendo.

Sempre fizeste parte de mim, é algo inexplicável.
Mistérios ocultos pairam sobre ti, expiras enigmas, respiras as minhas dúvidas.
Fazes-me pensar que és essencial, insubstituível.
Consegues por este frágil coração a bater mais forte, os músculos a tremer, sentir forças desconhecidas.
Mas...
Eu nem sequer te conheço.

Que tipo de pessoa se apaixona pelo que ainda não existe?
Que acto de desespero a leva a aninhar-se num abraço que não existe?
Isto é tão infantil...tão contra o que sou. Mas faz-me sentir bem...
Como é possível?
A tua ausência mata-me por dentro.
A tua ausência enche-me de esperança e alegria.

Eu sei que não existes ainda.
Não sei quando poderás aparecer na minha vida.
Mas já cá estás.
Sempre estiveste.
Só falta agora saíres dessa cortina de nevoeiro.
Para que a ausência de algo passe a ser a presença de tudo.

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