3 de dezembro de 2014

Sombra de uma memória

Acompanhar o tempo deixa um rasto.
Um distúrbio sereno na doce mente
Que se arrasta, lentamente,
Uma sombra que espalha luz.
Por vezes é uma dor mitigada e persistente,
Outrora rubescente e sedenta, intensa.
É uma sombra da mente,
A escuridão visível apenas à luz (in)sana.
Memórias crescem e encolhem o ser temente,
Ofuscam razões inexistentes para o (in)conformismo.
Conformar-se com a morte e não com a perda iminente
É o nosso mais maravilhoso mecanismo.
Movidos por motivos de amor ardente
Onde horizontes são o nosso chão de apoio
E a vontade é o tudo ou nada da existência decadente.
Serei crente da vida? Creio nas palavras sentidas
E nas palavras fingidas desta sombra (in)dependente.
Somos memórias vividas e incertos futuros,
Somos um passado próximo e (in)consistente.
Pois sem nós próprios não somos nada, somos somente.
Deixar um rasto, é saber acompanhar o tempo.

[ E acompanhar o tempo tem tanto de previsível como tem de incongruente e estranho...não é ? O "timing" determina mais do que pensamos. ]





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